A inteligência artificial está afetando a qualidade em TI?
- Alex Hinckel
Introdução
A inteligência artificial (IA) emergiu como um dos pilares da transformação digital nas empresas, influenciando diretamente áreas como desenvolvimento de software, automação de processos, análise de dados e infraestrutura de TI. Sua integração aos ambientes corporativos tem trazido ganhos em produtividade, precisão e agilidade, mas também levanta desafios importantes sobre a formação dos profissionais responsáveis por operar e manter essas soluções.
IA no desenvolvimento de software e sistemas
A Inteligência Artificial (IA) tem transformado a forma como empresas e desenvolvedores trabalham, oferecendo agilidade e precisão em diversas etapas do desenvolvimento de software. Por exemplo, ferramentas baseadas em IA podem identificar falhas em códigos, gerar trechos de programação automaticamente e até personalizar interfaces, tornando o processo mais rápido e eficiente.
Com esses recursos, é possível criar sistemas completos mesmo com pouco conhecimento técnico, democratizando o desenvolvimento e permitindo que mais pessoas transformem ideias em soluções digitais funcionais.
IA nas equipes de operações
A Inteligência Artificial também está transformando o trabalho dos profissionais de operações, tornando tarefas complexas mais ágeis e precisas. Ferramentas de IA podem monitorar sistemas em tempo real, identificar falhas antes que causem problemas, analisar grandes volumes de dados e até sugerir otimizações de processos.
Com o apoio da IA, o profissional de operações consegue tomar decisões mais rápidas e assertivas, reduzir riscos, melhorar a eficiência e focar em atividades estratégicas, em vez de tarefas repetitivas ou manuais.
Os malefícios do uso excessivo de IA
Embora a Inteligência Artificial ofereça inúmeros benefícios, nem tudo são flores. O uso crescente de ferramentas automatizadas pode gerar consequências negativas, especialmente quando profissionais dependem excessivamente da tecnologia sem ter formação sólida, visão crítica e domínio técnico real.
Qualificação profissional e capacidade de resolução de problemas
A automação de tarefas rotineiras só libera os profissionais para atuar de forma estratégica quando há fundamentos técnicos sólidos. Entretanto, a popularização da IA tem promovido uma tendência perigosa: desvalorização da formação formal. Algumas empresas contratam profissionais focados apenas em habilidades práticas superficiais, ignorando a necessidade de conhecimento em arquitetura de sistemas, segurança da informação, redes e infraestrutura. Essa lacuna compromete a qualidade do serviço e a capacidade de resolver problemas complexos com eficiência e segurança.
O chamado vibe coding, prática em que desenvolvedores dependem excessivamente de IA para gerar código sem validação, tem resultado em duplicação de código, falhas de segurança e perda de controle técnico, prejudicando a manutenção e confiabilidade das aplicações.
Demanda por habilidades analíticas e sistêmicas
O mercado atual exige profissionais de tecnologia que vão além da execução de tarefas. É necessário pensamento crítico, visão sistêmica e entendimento de infraestrutura como um todo.
Na área de infraestrutura de TI, profissionais mal preparados podem causar indisponibilidades, perda de dados e exposição a riscos de segurança. Dependência excessiva de ferramentas automáticas sem supervisão humana aumenta a vulnerabilidade dos sistemas e compromete a continuidade do negócio.
Segurança de dados e responsabilidade técnica
Em ambientes dominados pela IA, a segurança depende diretamente da qualificação de quem implementa as soluções. Casos de falhas de configuração, vulnerabilidades e violação de dados estão frequentemente ligados à falta de domínio técnico de fundamentos como criptografia, arquitetura segura, controle de acesso, boas práticas em desenvolvimento seguro e segmentação de rede.
A formação técnica adequada garante que o profissional compreenda não apenas como usar uma ferramenta, mas por que uma decisão é segura, eficiente e escalável. Investir em capacitação contínua é essencial para reduzir riscos e manter a operação confiável.
Qualidade de código e manutenção de ambientes
O uso excessivo da IA na geração de código e automação de ambientes pode comprometer a robustez das aplicações e da infraestrutura. Códigos e configurações criados automaticamente, sem revisão crítica, tendem a ser difíceis de manter, vulneráveis a falhas e menos eficientes.
A qualidade depende da combinação de automação inteligente com supervisão técnica. Práticas essenciais incluem:
Revisão e validação contínua de código e configurações;
Documentação detalhada de topologias, dependências e políticas;
Gestão estruturada de ativos de rede e servidores;
Monitoramento crítico de alertas e logs;
Políticas rigorosas de backup e recuperação.
A Importância do Pensamento Crítico na Era da IA
Na era da Inteligência Artificial, é fácil se encantar com a promessa de automação e rapidez, mas nem tudo pode ser entregue apenas à tecnologia — e nem todos os profissionais estão preparados para supervisioná-la.
Pense assim: você confiaria seu filho para uma cirurgia crítica realizada por um médico sem formação adequada? Provavelmente não. E então, por que confiar sistemas críticos da sua empresa a profissionais que dependem exclusivamente de ferramentas automatizadas, sem fundamentos técnicos, visão crítica e experiência prática?
Os problemas se repetem em diversos setores:
Em educação, professores sem capacitação técnica geram aprendizado superficial, prejudicando a formação de gerações futuras.
Na construção civil, engenheiros ou mestres de obras sem experiência real podem colocar vidas em risco com decisões equivocadas.
Na tecnologia, profissionais que usam IA sem validação crítica produzem códigos frágeis, sistemas inseguros e processos vulneráveis.
A lição é clara: ferramentas sozinhas não substituem conhecimento, experiência e julgamento crítico. O pensamento analítico, a capacidade de questionar resultados e a supervisão humana continuam sendo insubstituíveis, especialmente quando decisões impactam vidas, segurança ou continuidade do negócio.
Em resumo, a IA potencializa, mas não substitui o profissional qualificado. Sem pensamento crítico, o risco de erros graves aumenta exponencialmente, e o “atalho tecnológico” se torna um problema, não uma solução.
No que a Proactus acredita sobre a IA
Não somos críticos da Inteligência Artificial e não queremos demonizar suas capacidades. Pelo contrário: na Proactus Tecnologia, utilizamos internamente ferramentas como ChatGPT, IA do Canva, Gemini e outras para apoio em nossas tarefas diárias, tornando processos mais ágeis e precisos.
O ponto central é que, mesmo com o uso da IA, a capacitação e os treinamentos constantes dos profissionais não podem ser subestimados. Ferramentas de IA são poderosas, mas somente quando combinadas com conhecimento técnico sólido, experiência prática e pensamento crítico elas geram resultados seguros e de alta qualidade.
Em outras palavras, a IA potencializa o trabalho do profissional, mas não substitui a responsabilidade, a formação e o discernimento técnico que garantem operações confiáveis e sustentáveis.
SUPORTE TÉCNICO PERSONALIZADO
Somos a empresa de TI parceiro do seu negócio localizado em Curitiba.
Quando a IA não substitui a experiência humana
Existem diversos casos, no Brasil e no mundo, em que empresas demitiram funcionários para substituí-los por IA, como chatbots e sistemas automatizados, e depois voltaram atrás ao perceber que a tecnologia sozinha não conseguia manter a operação ou atender às demandas críticas.
Da mesma forma, sistemas desenvolvidos exclusivamente com IA, sem supervisão técnica ou validação humana, frequentemente não se sustentaram, apresentando falhas, vulnerabilidades e problemas de manutenção.
Esses exemplos reforçam que a IA é uma ferramenta poderosa, mas não substitui experiência, conhecimento técnico e supervisão qualificada. Para obter resultados confiáveis, a tecnologia deve sempre ser combinada com profissionais capacitados, capazes de avaliar, corrigir e garantir a qualidade das soluções implementadas.
Quando a IA não substitui a experiência humana
A inteligência artificial veio para ficar — e é um recurso valioso quando bem aplicado. No entanto, nenhuma tecnologia substitui o valor de um profissional bem preparado. A busca desenfreada por produtividade e redução de custos não pode colocar em segundo plano a formação técnica, a qualificação contínua e o senso crítico profissional.
Empresas que desejam se beneficiar verdadeiramente da IA precisam investir em pessoas capacitadas, que entendem o impacto das decisões técnicas no dia a dia dos negócios. A tecnologia sozinha não resolve problemas — profissionais qualificados sim.