A inteligência artificial está afetando a qualidade em TI?

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Alex Hinckel, fundador da empresa de TI Proactus Tecnologia, após 15 anos de experiência em TI

Introdução

A inteligência artificial (IA) emergiu como um dos pilares da transformação digital nas empresas, influenciando diretamente áreas como desenvolvimento de software, automação de processos, análise de dados e infraestrutura de TI. Sua integração aos ambientes corporativos tem trazido ganhos em produtividade, precisão e agilidade, mas também levanta desafios importantes sobre a formação dos profissionais responsáveis por operar e manter essas soluções.

IA no desenvolvimento de software e sistemas

A Inteligência Artificial (IA) tem transformado a forma como empresas e desenvolvedores trabalham, oferecendo agilidade e precisão em diversas etapas do desenvolvimento de software. Por exemplo, ferramentas baseadas em IA podem identificar falhas em códigos, gerar trechos de programação automaticamente e até personalizar interfaces, tornando o processo mais rápido e eficiente.

Com esses recursos, é possível criar sistemas completos mesmo com pouco conhecimento técnico, democratizando o desenvolvimento e permitindo que mais pessoas transformem ideias em soluções digitais funcionais.

IA nas equipes de operações

A Inteligência Artificial também está transformando o trabalho dos profissionais de operações, tornando tarefas complexas mais ágeis e precisas. Ferramentas de IA podem monitorar sistemas em tempo real, identificar falhas antes que causem problemas, analisar grandes volumes de dados e até sugerir otimizações de processos.

Com o apoio da IA, o profissional de operações consegue tomar decisões mais rápidas e assertivas, reduzir riscos, melhorar a eficiência e focar em atividades estratégicas, em vez de tarefas repetitivas ou manuais.

Os malefícios do uso excessivo de IA

Embora a Inteligência Artificial ofereça inúmeros benefícios, nem tudo são flores. O uso crescente de ferramentas automatizadas pode gerar consequências negativas, especialmente quando profissionais dependem excessivamente da tecnologia sem ter formação sólida, visão crítica e domínio técnico real.

Qualificação profissional e capacidade de resolução de problemas

A automação de tarefas rotineiras só libera os profissionais para atuar de forma estratégica quando há fundamentos técnicos sólidos. Entretanto, a popularização da IA tem promovido uma tendência perigosa: desvalorização da formação formal. Algumas empresas contratam profissionais focados apenas em habilidades práticas superficiais, ignorando a necessidade de conhecimento em arquitetura de sistemas, segurança da informação, redes e infraestrutura. Essa lacuna compromete a qualidade do serviço e a capacidade de resolver problemas complexos com eficiência e segurança.

O chamado vibe coding, prática em que desenvolvedores dependem excessivamente de IA para gerar código sem validação, tem resultado em duplicação de código, falhas de segurança e perda de controle técnico, prejudicando a manutenção e confiabilidade das aplicações.

Demanda por habilidades analíticas e sistêmicas

O mercado atual exige profissionais de tecnologia que vão além da execução de tarefas. É necessário pensamento crítico, visão sistêmica e entendimento de infraestrutura como um todo.

Na área de infraestrutura de TI, profissionais mal preparados podem causar indisponibilidades, perda de dados e exposição a riscos de segurança. Dependência excessiva de ferramentas automáticas sem supervisão humana aumenta a vulnerabilidade dos sistemas e compromete a continuidade do negócio.

Segurança de dados e responsabilidade técnica

Em ambientes dominados pela IA, a segurança depende diretamente da qualificação de quem implementa as soluções. Casos de falhas de configuração, vulnerabilidades e violação de dados estão frequentemente ligados à falta de domínio técnico de fundamentos como criptografia, arquitetura segura, controle de acesso, boas práticas em desenvolvimento seguro e segmentação de rede.

A formação técnica adequada garante que o profissional compreenda não apenas como usar uma ferramenta, mas por que uma decisão é segura, eficiente e escalável. Investir em capacitação contínua é essencial para reduzir riscos e manter a operação confiável.

Qualidade de código e manutenção de ambientes

O uso excessivo da IA na geração de código e automação de ambientes pode comprometer a robustez das aplicações e da infraestrutura. Códigos e configurações criados automaticamente, sem revisão crítica, tendem a ser difíceis de manter, vulneráveis a falhas e menos eficientes.

A qualidade depende da combinação de automação inteligente com supervisão técnica. Práticas essenciais incluem:

  • Revisão e validação contínua de código e configurações;

  • Documentação detalhada de topologias, dependências e políticas;

  • Gestão estruturada de ativos de rede e servidores;

  • Monitoramento crítico de alertas e logs;

  • Políticas rigorosas de backup e recuperação.

A Importância do Pensamento Crítico na Era da IA

Na era da Inteligência Artificial, é fácil se encantar com a promessa de automação e rapidez, mas nem tudo pode ser entregue apenas à tecnologia — e nem todos os profissionais estão preparados para supervisioná-la.

Pense assim: você confiaria seu filho para uma cirurgia crítica realizada por um médico sem formação adequada? Provavelmente não. E então, por que confiar sistemas críticos da sua empresa a profissionais que dependem exclusivamente de ferramentas automatizadas, sem fundamentos técnicos, visão crítica e experiência prática?

Os problemas se repetem em diversos setores:

  • Em educação, professores sem capacitação técnica geram aprendizado superficial, prejudicando a formação de gerações futuras.

  • Na construção civil, engenheiros ou mestres de obras sem experiência real podem colocar vidas em risco com decisões equivocadas.

  • Na tecnologia, profissionais que usam IA sem validação crítica produzem códigos frágeis, sistemas inseguros e processos vulneráveis.

A lição é clara: ferramentas sozinhas não substituem conhecimento, experiência e julgamento crítico. O pensamento analítico, a capacidade de questionar resultados e a supervisão humana continuam sendo insubstituíveis, especialmente quando decisões impactam vidas, segurança ou continuidade do negócio.

Em resumo, a IA potencializa, mas não substitui o profissional qualificado. Sem pensamento crítico, o risco de erros graves aumenta exponencialmente, e o “atalho tecnológico” se torna um problema, não uma solução.

No que a Proactus acredita sobre a IA

Não somos críticos da Inteligência Artificial e não queremos demonizar suas capacidades. Pelo contrário: na Proactus Tecnologia, utilizamos internamente ferramentas como ChatGPT, IA do Canva, Gemini e outras para apoio em nossas tarefas diárias, tornando processos mais ágeis e precisos.

O ponto central é que, mesmo com o uso da IA, a capacitação e os treinamentos constantes dos profissionais não podem ser subestimados. Ferramentas de IA são poderosas, mas somente quando combinadas com conhecimento técnico sólido, experiência prática e pensamento crítico elas geram resultados seguros e de alta qualidade.

Em outras palavras, a IA potencializa o trabalho do profissional, mas não substitui a responsabilidade, a formação e o discernimento técnico que garantem operações confiáveis e sustentáveis.

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Quando a IA não substitui a experiência humana

Existem diversos casos, no Brasil e no mundo, em que empresas demitiram funcionários para substituí-los por IA, como chatbots e sistemas automatizados, e depois voltaram atrás ao perceber que a tecnologia sozinha não conseguia manter a operação ou atender às demandas críticas.

Da mesma forma, sistemas desenvolvidos exclusivamente com IA, sem supervisão técnica ou validação humana, frequentemente não se sustentaram, apresentando falhas, vulnerabilidades e problemas de manutenção.

Esses exemplos reforçam que a IA é uma ferramenta poderosa, mas não substitui experiência, conhecimento técnico e supervisão qualificada. Para obter resultados confiáveis, a tecnologia deve sempre ser combinada com profissionais capacitados, capazes de avaliar, corrigir e garantir a qualidade das soluções implementadas.

Quando a IA não substitui a experiência humana

A inteligência artificial veio para ficar — e é um recurso valioso quando bem aplicado. No entanto, nenhuma tecnologia substitui o valor de um profissional bem preparado. A busca desenfreada por produtividade e redução de custos não pode colocar em segundo plano a formação técnica, a qualificação contínua e o senso crítico profissional.

Empresas que desejam se beneficiar verdadeiramente da IA precisam investir em pessoas capacitadas, que entendem o impacto das decisões técnicas no dia a dia dos negócios. A tecnologia sozinha não resolve problemas — profissionais qualificados sim.

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